terça-feira, 22 de julho de 2014

Do Leme ao Pontal

     

         Essa é uma história de ficção. Qualquer semelhança com pessoas ou fatos terá sido mera coincidência..
      Já dizia Tim Maia em sua música sobre a orla do Rio de janeiro. "Do leme ao pontal...não há nada igual...!!!" Mas tem mais que isso, vamos além, do outro lado da poça,como nós cariocas costumamos dizer, Niterói. Cidade que eu tenho uma história,várias histórias.Uma paixão, um apego, sei lá, o que, aonde aconteceram minhas melhores e piores histórias. Perdoem-me niteroienses...mas ô cidadezinha provinciana! Mas eu gosto, dos bairros de nomes inusitados, dos bairros de nome indígenas e de gente bonita. Daquela coisa meio bucólica. De Icaraí, Ingá, São Francisco...Mas foi lá em Pendotiba que houve a conexão com a garota zona sul, do Aterro do Flamengo. casada, infeliz, de orientação sexual mal resolvida que houve o encontro de almas. Duas pessoas carentes, se perdem numa sala de bate papo e acham que encontraram o amor, cheias de histórias coincidentes, de sonhos e planos em comum. uma comprometida de verdade, a outra comprometida de mentira, mas em comum existia a fantasia e força para impressionar uma a outra. Meses literalmente a fio, quer dizer, sem fio...Celulares que poderiam ser rastreados em conversas longas, noturnas, diurnas, nos intervalos, na saudade, naquela sensação de frio na barriga. De ligar, ouvir a voz...Ah...A voz! parece que esse foi o ponto principal, das duas, isso mexia com seus imaginários. mensagens trocadas, falar baixinho no meio do expediente ao celular com fone de ouvido como se ouvisse uma melodia. mas ali estava toda troca de intimdade e intensidade de uma história inusitada, fantasiosa, instigante...não sei, faltam-me adjetivos. Interessante.um jogo humano, guerra de egos, teste de resistência, gemidos e sussurros que só Cazuza ousaria ouvir como segredos e liquidificador. Uma sonhava acordada ,a outra também. As histórias todo dia pareciam mais interessantes e escabrosas, tristes e complexas. A garota do Leme ao Pontal, "porra louca".Cheia de estórias. A casada de Pendotiba, tão louca quanto, pois se deixava levar pelas loucuras da outra. De outra idade, outra geração, outro nível social. Outra ideologia de vida. Teria sido perfeito se a garota Zona Sul não tivesse estragado tudo tentando ser o que não era. Até o segredo vir à tona, a verdade nua e crua, o embate Niterói  x Rio de Janeiro. E assim diluiu-se o encanto. uma aprendeu com a outra, a vida se mostrou de outra forma o que só leva a crer que nem tudo é pra acontecer. Mesmo que tivesse sido uma história contrária, talvez nunca desse certo. Uma pensava na outra obsessivamente. Até que a máscara da garota zona sul caiu. E ela chorou copiosamente de culpa, encheu a poça que divide a região metropolitana do estado do Rio, de tanto arrependimento e tantos "mas", "se" e "por ques". E a eterna dúvida. Será que poderia ter sido diferente? Mas valeu a lição, o carinho prevaleceu. Restou um cuidado, seguiram em caminhos distintos, mas alguns pontos em comum. Amam coisas boas, bom papo, história, literatura, poesia, gastronomia, conforto, isso tudo as uniria, não fosse a maneira errada que as coisas começaram. Mas definitivamente tudo que começa errado, termina errado. Fica a saudade. lembranças e agora a falta de tempo e outras prioridades. E o desejo que Pendotiba seja feliz, principalmente por hoje ser seu aniversário. É sempre um novo recomeço, um novo ano em nossas vidas. A garota Zona sul queria poder abraçá-la participar desse momento, mas não dá, não rola...Mas não poderia deixar de narrar essa história com tanto empenho, pois foi muito importante e inesquecível para as duas. Feliz Aniversário! 

Ass: Mari do Pontal

domingo, 20 de julho de 2014

Monólogo de um coração partido

 Espero que o tempo passe, que dissipe a mágoa, que permaneça o perdão e a tolerância.
Que as mentes reflitam sobre os erros e palavras que jamais deveriam ser proferidas Que o sentimento seja ele qual for. Puro e verdadeiro prevaleça.
Que a sensação de humilhação, inferioridade e culpas se esvaiem como água pelos dedos.
 E que saibamos que a vida é feita de escolhas. Escolhas erradas. Vida errada. Que chances sejam permitidas e não contadas. Como se fizesse parte de um cronograma.
Que o gráfico da vida seja de altos e baixos sim. Mas que em algum momento encontre-se o equlibrio
E que as chances perdidas possam sempre ser recuperadas de uma maneira ou de outra. Que os planos feitos e as demonstrações não públicas de afeto ou até as mais timidas que foram permitidas sejam um bom motivo pra menos radicalismo.
Que a agressividade verborragica seja um equívoco de palavras desconexas mas que não sejam demonstrações de insanidade, bipolaridade ou afins. Mas de falta de auto controle
Que no surto da emoção e impaciência de ambas não tenhamos perdido a ternura.
Nem o respeito. Nem a falta de confiança. Que não precise ir cada uma pra um lado nem buscarmos subterfúgios para não sermos boas uma com a outra. Generosas. Delicadas...
Que não percamos nossa essência e que possamos transparecer nosso romantismo incorrigivel nem que seja com a vida.
Que os rompantes no auge da emoção e impaciência não nos separe pra sempre
que o pra sempre sempre acaba
Que nunca mais seja sempre muito tempo que todo encantamento não tenha sido conto de fadas
Que se perde a magia com o toque de uma varinha de condão
Que não viremos abóbora a meia noite. Que os príncipes e princesas se reencontrem. Que a mocinha seja salva da masmorra e que vivamos felizes para sempre. Ou enquanto durou.
Que tenhamos dado nosso máximo e nosso mínimo tenha sido suficiente pra causar boa impressão.
Que a admiração ainda exista. Somos seres imperfeitos. Que possamos noa reinventar.
Que possamos construir tudo de novo. Somos passíveis de erros e acertos e que nossos erros de simetria não façam demolir tudo de ruim sobre nossas cabeças. Mas sobretudo o reconhecimento e o perdão.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Musa inspiradora

   
          Todo mundo tem uma fonte de inspiração, ou não? Eu protelei tanto para escrever alguma coisa inspirada por alguém que passou no meu caminho. Foi bom protelar, assim, a inspiração veio no momento certo. Na dor e não por amor. Valho-me da licença poética pra dizer que não me apaixono nunca mais por quem não gosta de mim...Embora nunca mais seja muito tempo Citação de uma pessoa que não é poeta, mas tem uma sabedoria...E que meus conceitos estão caindo por terra, afinal é sempre bom ouvir alguém. Alguém neutro, alguém que tem discernimento, muito mais do que a gente. Até Vinícius de Moraes precisou de uma musa para compor "Garota de Ipanema", clássico da bossa nova. Uma musa não precisa ser uma pessoa, pode ser uma situação, um pé na bunda. Uma palavra maldita ou mal dita. Uma expressão que marque pra sempre. Que marque um momento, uma separação, uma reconciliação, uma relação. Uma história de superação, de tudo vale como inspiração. E eu só observo, registro, para usar no momento oportuno. Certa vez li um livro de Martha Medeiros, minha "MUSA INSPIRADORA", chamado Fora de mim. Foi um dos livros mais densos que já li na vida. E me remete a um trecho em que ela mencionava, Uma separação traz além das lembranças por si só que são suficientes, independente do tempo ou circunstância, nos deixa dependente de uma chamada perdida no celular, de uma mensagem por escrito, de um simples toque. Mas isso não acontece. A mão vai coçar pra ligar, procurar mesmo depois de você ler que "ACABOU" em letras garrafais.
        Façamos disso uma inspiração , dar um up na vida!!! Dói...A rejeição dói, o desprezo também, mas não dá pra se culpar pelas palavras proferidas, as palavras E não voltam. Momentos são únicos.E fico com as boas lembranças, com os gestos de carinho, mesmo que tenhamos nos transformado em pessoas tão diferentes da primeira vez que nos vimos.E quando a pessoa tem outra musa inspiradora, é hora de tirar o time de campo. De se recolher e deixar uma bonita lembrança, e buscar novas musas, novas fontes de inspiração. Eu sou intensa, necessito recomeçar, de amarga basta a cerveja. A vida é doce, o amor existe mas o mal trabalha e é preciso fechar todas as brechas, e se armar, pior é quando a defesa é seu ataque, a gente pode acabar estragando tudo. É preciso ter paciência, exercitar a paciência, ser gentil, cordial, generoso, compreensivo, mas não dá pra ser assim o tempo todo. às vezes estamos impacientes, indecisos, carentes, tudo isso. Menos desesperados. Isso é que não pode, o desespero te faz pagar micos, te faz ser ridículo, inconveniente, compulsivo e com isso criticado e nem sempre estamos prontos a receber essas críticas. Sejam elas construtivas ou não. Mas daí a discernir, é preciso ter sabedoria, serenidade e afins. A vida é feita de altos e baixos, de inspirações do bem ou do mal, exemplos e lições. É bom ficar atento às críticas, porém, não permita que isso deprecie você. Que te faça sentir inferior, desmerecido. Ninguém pode ter esse poder de desestruturar a gente. De nos fazer perder a compostura. Por favor que venham novas musas inspiradoras, quero textos mais felizes, mais alto astral assim como eu. Que a nossa verborragia não nos faça perder as pessoas. Que sirva apenas de lição pra não cometer os mesmos erros. E encerro por aqui pronta pra outra cabelos lindos, lisos, unhas feitas. Vida que segue.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Sobre ser meu pai III

           Então...Finalmente papai está de volta em casa, ao aconchego do lar. Após longos e intermináveis 72 dias, aqui está ele. De volta as suas coisas, suas referências, sua cama, seu quarto, sua casa. Perto dos seus, de nós. É difícil imaginar ou tampouco transcrever como ele se sente agora. Ainda sob efeito colaterais dos antibióticos. Pele mudada, psicológico abalado, dúvidas e incertezas, paz e caos, tudo dentro de uma mente só. Sensação de liberdade e ao mesmo tempo aprisionado pelo medo de voltar pra rotina hospitalar. Deus queira que não.  Temperamento difícil, atitudes rebeldes, mas isso eu já sabia! É preciso exercitar a paciência, um pouco de psicologia,, um punhado bem grande de se colocar no lugar do outro e uma pitada de tolerância. Vigiar banho, cuidar do curativo, tive uma amostra de aula com minha amiga que é enfermeira, porém, preciso de um intensivo, principalmente para ter mais sangue frio e trocar um curativo sem me chocar com o tamanho da ferida que ainda não cicatrizou completamente. Mas calçar meias em seus pés, hidratar a pele, ajudar a vestir e dar de comer a quem cuidou de mim a vida toda, é um prazer. Por mais que pareça enfadonho ou difícil. Olho em volta e tenho conhecido tantas histórias, tantos casos parecido ou tão mais difíceis que o nosso. Só posso agradecer a Deus por cada vitória, por um passo a mais que meu pai dê. Por se levantar da cama sem ajuda. Por poder tomar um banho de corpo inteiro, pelo prazer de mastigar, mas tudo isso vem junto também tudo que relatei lá no começo da minha narrativa. 
         Tenho que trabalhar sua mente, seu psicológico, de dentro pra fora, como aquela cicatriz da cirurgia, precisamos fazer uma cirurgia espiritual, mental e trabalhar a cura. Receber um diagnóstico impreciso por mais de 1 ano foi doloroso. Passar pelas cirurgias também. Mas receber o resultado da biópsia livre de neoplasia, foi libertador!!! Deus tem mesmo um plano pra cada um de nós. E o que ele reserva a meu pai ainda não sei. "Misteriosos são os desígnios do Divino..." A mim só resta esperar, ter fé. Acreditar numa cura ainda maior interior e a obra se cumprir. Assim saberei qual a missão de meu pai aqui e que parte isso me cabe. Tenho feito tudo que posso, que sei, e o que não sei me esforço em aprender, trabalhar meu auto controle, meu senso crítico, e minha forma de encarar essa nova vida. Junto vem as minhas questões, porque coisas boas vem sempre sozinhas, mas dificuldades vem todas juntas. E é preciso ter jogo de cintura e até mesmo desapego pra nos livramos do que nos faz mal para não embolar o meio de campo. Priorizar o que é mais importante. E abdicar do que achava que era importante para dar atenção a outras coisas. Melhor parar por aqui antes que o texto fique confuso. E me perca nas minhas próprias palavras e sabote meu talento para escrita. Saúde e paz! O Resto a gente corre atrás.